Lissauer comunica a José Eliton que partido não tem consenso
sobre ocupação de cargo.
O deputado estadual Lissauer Vieira comunicou ao governador
em exercício, José Eliton (PSDB), a decisão do PSB de não aceitar convite para
assumir a nova pasta de Habitação, a ser criada pelo governo. Ele justificou
que o partido não tem consenso sobre a ocupação do cargo, principalmente em
razão da posição contrária da senadora Lúcia Vânia, presidente da legenda no
Estado.
Para o deputado, a prioridade é preservar a unidade interna
do PSB. “Conversei com a senadora Lúcia Vânia e ela acha que não é correto o
PSB assumir uma pasta que será criada pelo governo, principalmente em razão do
apoio nosso à reforma administrativa, que visa o enxugamento de órgãos”.
Lissauer Vieira disse que a bancada estadual e a direção do
partido em Goiás vão continuar com o diálogo com o Palácio das Esmeraldas, na
busca de “entendimentos futuros”. Ele adiantou que voltará a conversar com
Marconi Perillo tão logo o governador retorne da viagem à Asia.
O convite para o PSB ocupar a pasta de Habitação (a ser
criada após envio de projeto à Assembleia Legislativa) foi feito, segundo
Lissauer Vieira, tanto pelo governador Marconi Perillo quanto pelo vice-governador
José Eliton.
Há algumas semanas, a bancada estadual do PSB, formada pelos
deputados Lissauer Vieira, Diego Sorgatto e Marlúcio Pereira, decidiu, em
conjunto com a senadora Lúcia Vânia, assumir posição de “independência”,
deixando o “alinhamento automático” com o líder do Governo no Legislativo.
“Teremos liberdade para concordar e discordar dos projetos do governo”, disse,
à época, Lissauer Vieira, aos jornalistas.
Lúcia Vânia não foi sondada pelo Palácio das Esmeraldas
sobre a participação do PSB no secretariado, o que foi interpretado pela
senadora como uma “atitude” de isolá-la dentro do PSB. “Não concordo com a
posição de oferecer cargo a partido, pois a sociedade não aprova essa prática
política”, disse ela, em entrevista à rádio 730, na última quinta-feira.
A senadora lembrou que atuou, ao lado da então secretária da
Fazenda, Ana Carla Abrão, pela aprovação da reforma administrativa que enxugou
os gastos do Estado e reduziu o tamanho da máquina administrativa. “Eu seria a
última pessoa a apoiar a ampliação novamente da máquina de governo, com recriação
da secretaria de Habitação”.
Lissauer Vieira disse que o PSB não pressiona o Palácio das
Esmeraldas, assumir posição de “independência” na Assembleia Legislativa, com o
objetivo de assegurar vaga para Lúcia Vânia na chapa majoritária às eleições de
2018 como candidatura ao Senado. “Lúcia Vânia tem méritos próprios, pelo
trabalho político que realiza, para ser candidata a governadora ou a senadora
nas próximas eleições”.
PSB na base
O deputado Lissauer Vieira assegurou que o PSB integra a
base aliada do governo Marconi, adiantou que o partido tem “independência” para
dialogar com todas as forças políticas sobre as eleições de 2018. “Essa
história de subserviência de partido a governo não existe. Defendemos o amplo
diálogo e o trabalho em favor dos interesses da sociedade goiana”.
O deputado pessebista ressaltou que o PSB busca estabelecer
com o Palácio das Esmeraldas um “ambiente político” que resulte em ações
práticas que beneficiem, por exemplo, os prefeitos goianos. “O PSB quer
parcerias com o governo que se traduzem em benefícios para os municípios de
nossa representação política”.
Lissauer Vieira concorda com a senadora Lúcia Vânia de que
não é o “momento adequado” para a antecipação do debate sobre as eleições de
2018 e, muito menos, discutir formação de chapas para governador, vice e para
dois senadores. “No momento, certo, o PSB vai sentar à mesa e apresentar suas
propostas sobre alianças com outros partidos. Queremos o diálogo com todas as
forças políticas, sem discriminação ou preconceito”.
A senadora Lúcia Vânia também reafirma o compromisso do PSB
com a base aliada governista, ao lembrar que ela foi uma das apoiadoras, em
1998, ao chamado Tempo Novo, que levou Marconi Perillo ao Palácio das
Esmeraldas, pela primeira vez. “Tenho compromisso com esse governo, só não
concordo que se antecipe o debate sobre eleições e formação de chapa
majoritária quando o estado e o país enfrentam sérias dificuldades
econômico-sociais”.
POR HELTON LENINE/DIÁRIO DA MANHÃ

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