O Tribunal do Júri de Iporá, em sessão realizada no último
dia 7, acolheu a tese do Ministério Público e condenou o empresário Carlos
Barbosa Gusmão e o operador de máquinas Nailton Santos Pereira pelo homicídio
de Luana Alves de Almeida, de 19 anos. A sessão foi presidida pelo juiz João
Geraldo Machado e contou com a participação da representante do MP, promotora
Margarida Bittencourt da Silva Liones, responsável pela acusação.
Em março de 2014, os acusados praticaram o crime contra a
jovem, que era amante de Carlos, e depois forjaram a cena do crime para que
parecesse um latrocínio. Carlos Gusmão foi condenado 20 anos de reclusão em
regime fechado e 1 ano e 6 meses de detenção. Já Nailton Pereira foi condenado
16 anos de reclusão e 1 ano e 6 meses de detenção.
O CRIME
Consta na denúncia que Carlos Gusmão era casado e mantinha
um relacionamento extraconjugal com a vítima. O relacionamento dos dois era
marcado pelo ciúme do empresário, que chegou a agredir a jovem algumas vezes.
De forma a esconder o caso extraconjugal da família e para
evitar as cobranças de Luana Almeida, Carlos Gusmão passou a planejar a morte
da jovem, chegando a pesquisar sobre a quantidade de veneno para matar uma
pessoa adulta.
Assim, na véspera do crime, o empresário ofereceu a Nailton
Pereira a quantia de R$ 5 mil para que o ajudasse a simular um latrocínio,
tirando a vida de Luana. Na oportunidade, conforme apresenta a denúncia, o
operador de máquinas amarraria Carlos Gusmão, levando e ocultando seu veículo.
No dia 23 de março, Nailton seguiu até a casa do empresário.
Na casa, ambos asfixiaram Luana Almeida, apertando seu pescoço até a morte. Em
seguida, amordaçaram e amarraram a vítima, deitando-a de bruços na cama. Também
bagunçaram os objetos da sala e dos quartos, para simularem a ação de bandidos.
Antes de fugir, Nailton ainda amarrou e amordaçou Carlos, conforme o combinado
previamente.
O operador de máquinas fugiu, então, rumo ao município de
Israelândia na Hilux pertencente a Carlos. No caminho, passou em um posto de
combustível onde ofereceu o notebook do empresário como pagamento. Em seguida,
Nailton Pereira ocultou a caminhonete, impossibilitando sua localização.
Carlos Gusmão, por sua vez, ligou para a polícia e saiu em
direção à rua, pedindo socorro. Ao ser localizado por policiais na madrugada do
dia 24, foi constatado que as cordas que amarravam seus pés e mãos estavam
frouxas, podendo ser desatadas sem o auxílio de outra pessoa. Ao ser liberto, o
empresário relatou ter sido vítima de roubo e que a casa havia sido invadida
por assaltantes em busca da quantia de R$ 160 mil. Também contou que sua
mulher, Luana, estava amarrada no interior da residência.
Os policiais, porém, encontraram dinheiro na bolsa de Luana,
assim como um aparelho de TV, micro-ondas e um aparelho celular, que não foram
levados por assaltantes. Os nós que amarravam a vítima também estavam frouxos,
podendo ser facilmente desatados. Dessa forma, a polícia concluiu estar diante
de uma fraude.
Texto: Ana Carolina Jobim/ Estagiária da Assessoria de
Comunicação Social do MP-GO – Supervisão de estágio: Ana Cristina Arruda
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