terça-feira, 11 de novembro de 2014

Bebê vacinado contra HPV não deve ter efeitos colaterais, diz infectologista

Foto: Reprodução TV Anhanguera
O bebê Leonardo Souza, de 1 ano e 6 meses, que foi vacinado por engano contra  HPV, em um posto de saúde de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, não deve ter nenhum efeito colateral ou desenvolver problemas de saúde provocado pelo medicamento, segundo o médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz. O menino foi levado pela mãe, a dona de casa Célia Rosa Souza, para ser imunizado contra meningite e hepatite A, mas, por um erro da unidade, foi vacinado contra a doença sexualmente transmissível.

“Não existem estudos que mostram o que pode acontecer com crianças tão nova vacinadas contra esse vírus, porque todas as pesquisas sobre o medicamento foram feitas com crianças a partir de 9 anos”, explicou o infectologista ao G1. Mesmo com a falta de estudos na área, o médico acredita que ele não deve desenvolver nenhuma reação. “Não deve ter resposta vacinal porque o sistema imunológico dele é muito jovem ainda para criar resistência a essa vacina”, completou.

A mãe de Leonardo relata que, após a vacinação, o filho teve dores nas pernas e dificuldades para andar. Os sintomas apresentados são compatíveis com as reações à vacinação contra o HPV. “Vários pacientes relatam dor em alguma parte do corpo após a aplicação. Isso é normal. Na criança em questão, ela pode ter apresentado essa dificuldade em andar, porque a vacinação, nessa idade, é feita, geralmente, na coxa”, esclareceu. Além disso, Boaventura disse que a vacina não é feita com o vírus vivo, tornando ainda mais improvável qualquer efeito colateral.

Com relação ao fato da vacina contra o HPV ser indicada para mulheres, Boaventura explica que não há restrição de sexo para a imunização. “Existem diversos testes em homens no exterior. Na Inglaterra, por exemplo, a vacina é aplicada também em adolescentes homens para evitar a transmissão da doença”, disse.
Cartão de vacinação da criança foi rasurado após imunização contra HPV

De acordo com a mãe do bebê, ela só percebeu o erro depois que voltou para casa e recebeu a ligação de representantes do posto de saúde onde havia levado o filho, informando o engano na medicação. "Eu entrei em pânico. Essa vacina é para criança a partir de 11 anos e, como ele só tem 1 ano e 6 meses, fiquei nervosa e com medo. Fui imediatamente para o posto saber. No outro dia, eu levantei cedo e o levei no médico", conta Célia.

No cartão de vacinas, o nome da dose aplicada foi rasurado e o garoto foi encaminhado a um dos médicos da rede municipal de saúde. Ele passou por exames e agora a família aguarda os resultados para saber se a troca teve alguma implicação mais grave.


A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a criança não teve reação e, por isso, não corre riscos. Entretanto, o órgão se comprometeu a acompanhar Leonardo por um ano para garantir que a saúde dele não fique comprometida.

Fonte: Globo.com