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Foto: Reprodução TV Anhanguera |
O bebê Leonardo Souza, de 1 ano e 6 meses, que foi vacinado
por engano contra HPV, em um posto de
saúde de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, não deve ter nenhum efeito colateral
ou desenvolver problemas de saúde provocado pelo medicamento, segundo o médico
infectologista Boaventura Braz de Queiroz. O menino foi levado pela mãe, a dona
de casa Célia Rosa Souza, para ser imunizado contra meningite e hepatite A, mas,
por um erro da unidade, foi vacinado contra a doença sexualmente transmissível.
“Não existem estudos que mostram o que pode acontecer com
crianças tão nova vacinadas contra esse vírus, porque todas as pesquisas sobre
o medicamento foram feitas com crianças a partir de 9 anos”, explicou o
infectologista ao G1. Mesmo com a falta de estudos na área, o médico acredita
que ele não deve desenvolver nenhuma reação. “Não deve ter resposta vacinal
porque o sistema imunológico dele é muito jovem ainda para criar resistência a
essa vacina”, completou.
A mãe de Leonardo relata que, após a vacinação, o filho teve
dores nas pernas e dificuldades para andar. Os sintomas apresentados são compatíveis
com as reações à vacinação contra o HPV. “Vários pacientes relatam dor em
alguma parte do corpo após a aplicação. Isso é normal. Na criança em questão,
ela pode ter apresentado essa dificuldade em andar, porque a vacinação, nessa
idade, é feita, geralmente, na coxa”, esclareceu. Além disso, Boaventura disse
que a vacina não é feita com o vírus vivo, tornando ainda mais improvável
qualquer efeito colateral.
Com relação ao fato da vacina contra o HPV ser indicada para
mulheres, Boaventura explica que não há restrição de sexo para a imunização.
“Existem diversos testes em homens no exterior. Na Inglaterra, por exemplo, a
vacina é aplicada também em adolescentes homens para evitar a transmissão da
doença”, disse.
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Cartão de vacinação da criança foi rasurado após imunização contra HPV |
De acordo com a mãe do bebê, ela só percebeu o erro depois
que voltou para casa e recebeu a ligação de representantes do posto de saúde
onde havia levado o filho, informando o engano na medicação. "Eu entrei em
pânico. Essa vacina é para criança a partir de 11 anos e, como ele só tem 1 ano
e 6 meses, fiquei nervosa e com medo. Fui imediatamente para o posto saber. No
outro dia, eu levantei cedo e o levei no médico", conta Célia.
No cartão de vacinas, o nome da dose aplicada foi rasurado e
o garoto foi encaminhado a um dos médicos da rede municipal de saúde. Ele
passou por exames e agora a família aguarda os resultados para saber se a troca
teve alguma implicação mais grave.
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a criança não
teve reação e, por isso, não corre riscos. Entretanto, o órgão se comprometeu a
acompanhar Leonardo por um ano para garantir que a saúde dele não fique
comprometida.
Fonte: Globo.com