sábado, 31 de maio de 2014

Menina é estuprada por parentes em Indiara

Os acusados Presos. Foto: Reprodução G1

Criança de 9 anos sofria violência sexual desde os 4, em Indiara, GO.

A mãe de uma menina de 9 anos, que teria sido abusada pelo avô materno e mais três parentes, está revoltada por não ter desconfiado dos familiares, que moram em Indiara, no sul goiano. Muito abalada, a dona de casa de 26 anos afirma que nunca imaginou que a filha fosse vítima de violência sexual, pois só descobriu ao ler o diário da criança. “Meu coração está doendo muito. Se não posso confiar nem no meu próprio pai, em quem confiar? Jamais pensei nisso”, disse entrevista ao G1.

Parte da Agenda da Garota. Foto: Reprodução G1
A descoberta da dona de casa ocorreu há cerca de dois meses. Após conversar com a filha, ela denunciou o caso à Polícia Civil, que prendeu, na quinta-feira (29), os suspeitos de cometer os abusos: o avô materno, de 52 anos, o marido da avó, de 42, o padrinho da garota, de 54, e o padrinho da irmã dela, de 52, único que negou o crime. A criança relatou que sofria abusos há cinco anos.De acordo com a dona de casa, ela não desconfiava do comportamento da filha e afirma que pegou o diário apenas para saber mais sobre a menina. “Ela começou a escrever há pouco tempo. Pensei que lá pudesse ter algo que eu não sabia, e tinha. Coração de mãe não falha”, lamentou.
A mãe relatou que logo após ler o diário e saber dos abusos foi conversar com a menina para tentar que ela contasse por vontade própria. No entanto, a garota negou e só confirmou os abusos após a mulher contar o que leu. “Ela chorou muito e ainda está chorando bastante, mas temos conversado muito”, relata a dona de casa.
Abusos
O primeiro a abusar da menina, segundo a criança contou à mãe, foi o avô materno, quando ela tinha quatro anos e não entendia o que se passava. O crime aconteceu na própria casa da família: “Ele morou aqui perto de casa por dois anos. Sempre vinha na minha casa. Os abusos aconteciam aqui dentro e eu não percebi”.
A mãe da vítima queria saber o motivo que  levou o pai a abusar da neta. Mas, por enquanto, ela não quer vê-lo: “A mágoa e a raiva são grandes demais". Os avós maternos da garota são separados.
Conforme a criança, depois do avô, os abusos foram cometidos pelo padrinho da garota, pelo padrinho da irmã e pelo atual marido da avó materna. Alguns deles ocorreram na mesma época. A menina relatou que, atualmente, apenas o padrinho cometia os crimes. “O padrinho e madrinha dela vinham aqui em casa sempre. Confiava neles, tanto que minha filha ia muito ficar na casa deles. Os estupros aconteciam lá, enquanto eles assistiam televisão”, contou a mãe.De acordo com a dona de casa, a filha tem medo dos familiares, principalmente, do padrinho. “Ela relatou que ele foi quem mais fez coisas com ela, que beijou ela. A gente está passando por uma situação que não é fácil, porque envolve gente da família. Fico feliz porque a justiça foi feita, mas triste por tudo que aconteceu”, disse.
Prisões
O delegado responsável pelo caso, Queops Barreto, informou que três dos quatro suspeitos detidos confessaram ter praticado os abusos. O único que negou o crime foi o padrinho da irmã da vítima.
Apesar de um exame de corpo de delito confirmar que não houve relação sexual, todos serão indiciados pelo crime de estupro de vulnerável e podem pegar de 8 a 15 anos de prisão. "O estupro de vulnerável não se restringe somente à conjunção carnal. Qualquer ato lascivo que caracterize de forma vulgar, o abuso de vulnerável, é tipificado como abuso de vulnerável", explica Barreto. Os quatro estão detidos na cadeia de Indiara.
A garota foi avaliada por uma psicóloga que constatou um trauma causado por uma experiência sexual anormal. "Como ficou muito tempo sem que ninguém soubesse desse crime, apenas ela sofrendo calada e os autores se aproveitando, essa criança vai ter que passar por um acompanhamento psicológico e médico para poder superar eventuais traumas que tenham ocasionado em sua vida", disse o outro delegado da operação, Leandro Sperandio.

Fonte: G1