Foto Ilustrativa |
O
estupro de mulheres e irmãs de detentos dentro do complexo prisional de
Pedrinhas, no Maranhão, denunciado por presos, não se restringe ao interior da
unidade.
Segundo
denúncia recebida ontem pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mulheres são
violentadas em São Luís por ordens enviadas de dentro do presídio.
As
vítimas são principalmente mulheres do interior do Estado que viajam à capital
para visitar o marido e parentes em Pedrinhas, de acordo com o vice-presidente
da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Rafael Silva.
A
ordem é dada, conforme a denúncia, por líderes de facções, possivelmente por
meio de celulares que entram escondidos na unidade.
Na
semana passada, uma rebelião no local terminou com quatro mortos, sendo três
deles decapitados.
Após
a rebelião, a prisão foi visitada por uma comitiva do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça), CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), promotores e advogados.
Na
visita, de 10 a 20 detentos relataram que mulheres de presos ameaçados eram
estupradas nas visitas ao presídio, disse o juiz do CNJ Douglas de Melo
Martins, coordenador do grupo que fiscaliza penitenciárias.
MORTES
Só
neste ano, 59 presos morreram em Pedrinhas. Vivem no complexo cerca de 2.500
homens, em um espaço projetado para 1.700, segundo o CNJ e a OAB.
Metade
ainda não foi julgada. Boa parte é réu primário e acusado de crimes mais
brandos, que poderiam responder o processo fora do presídio, segundo Martins.
Detidos
por não pagar pensão ou por porte ilegal de arma, por exemplo, estão junto de
presos mais perigosos.
Duas
facções dominam Pedrinhas: o Bonde dos 40, de criminosos de São Luís e dos
demais municípios da ilha, e o Primeiro Comando do Maranhão, do interior.
A
governadora Roseana Sarney (PMDB) pediu mais prazo ao procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, para responder sobre as críticas ao sistema
penitenciário. A data final é dia 6 de janeiro.
O grupo,
porém, não pôde acessar todo o complexo.
O
governo maranhense disse, em nota, que vai apurar as denúncias. Afirmou ainda
que tomou "medidas saneadoras", como troca de comando das polícias
Civil e Militar e da administração penitenciária.
Segundo
o governo, o sistema ganhará reforço de sete novos presídios e outros dois
estão sendo feitos com recursos federais. A nota não informa prazos.
Fonte: Folha de São Paulo
Fonte: Folha de São Paulo
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