Policiais Civis de Itumbiara prenderam, em flagrante,
Agnaldo Barbosa dos Santos, de 40 anos, Giovani Faria Albernaz, de 18 anos, e
Adilson Silvestre de Andrade, de 46 anos, pelos delitos de tortura, cárcere
privado qualificado e lesão corporal praticados em Clínica de Recuperação de
Dependentes Químicos.
Segundo o delegado Lucas Finholdt, titular do 2º DP de
Itumbiara, as investigações duraram cerca de um mês. No dia 17 de outubro, a
polícia recebeu a informação de que um interno estaria sendo torturado, momento
em que equipes do 1º DP, 2º DP e Grupo de Repressão a Narcóticos (GENARC) se
dirigiram até a Clínica de Recuperação.
Ao chegarem ao local, os agentes flagraram três internos com
lesões corporais recentes e com suspeita de sedação. Um dos internos chegou a
dizer que havia presenciado a tortura de outro paciente, que teria resultado em
lesão no crânio. Três internos foram encaminhados à delegacia e atendidos pelo
SAMU. Um dos pacientes precisou ser levado ao hospital devido à gravidade dos
ferimentos.
Agnaldo exercia a função de coordenador da clínica, Giovani
era monitor e Adilson se apresentou como proprietário da unidade, que possui
vínculos com uma instituição religiosa. No momento da intervenção policial,
havia cerca de 20 internos e alguns monitores. Além das agressões físicas e
torturas rotineiras, os internos eram forçados a trabalharem em serviços
braçais pesados, furando buracos, cisternas, etc.
Durante o interrogatório, os autuados confessaram a prática
de cárcere privado qualificado e deram indícios de seqüestro mediante
procedimento conhecido por “resgate”, inclusive com utilização de algemas.
Foram apreendidos no local uma algema de metal, um cassetete de madeira com
ponta e cabo emborrachados, facas, além de dois simulacros de arma de fogo com
cheiro de pólvora.
Os três foram presos em flagrante delito e recolhidos no
Presídio Regional de Sarandi. A pena da tortura, em tese, é de dois a oito anos
de reclusão; da lesão corporal de três meses a um ano; tortura, de dois a oito
anos de reclusão. Durante a instrução do inquérito policial, outros delitos
poderão ser imputados aos autuados.
Texto: Assessoria de Imprensa da Polícia Civil
Fotos: Polícia Civil / Itumbiara
