![]() |
Imagem Ilustrativa |
O diretor Rodolfo Acatuassú
Nunes, do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte
do Rio, será chamado a dar explicações sobre o acúmulo de 40 corpos de bebês no
necrotério da unidade, sendo que alguns há mais de quatro anos.
A denúncia foi feita pelo Fantástico neste
domingo,13. O hospital é referência em partos de alto risco no Rio.
Hospital no Rio tem corpos de
bebês amontoados em necrotério há 4 anos.
O diretor diz que uma sindicância
foi aberta para mudar os procedimentos. O Ministério Público vai exigir a
identificação por exames de DNA de todos os corpos. O hospital terá de
apresentar a lista com o nome e endereço dos pais.
“Espero esclarecer a situação de
cada criança e que isso se encerre com um sepultamento digno de todos os corpos
que encontramos ali”, disse a promotora Ana Cristina Huth Macedo.
O diretor se defendeu, dizendo
que “está havendo um problema social, de as pessoas não buscarem os corpos dos
seus filhos, que infelizmente evoluem mal e acabam falecendo”.
Segundo a promotora Ana Cristina,
no necrotério da unidade foram encontrados corpos amontoados, mal armazenados.
“Uma situação assim estarrecedora. É difícil até de contar o que encontramos
lá”, disse a promotora.
Um exemplo é o caso de uma mulher
que é usuária de crack e vive num prédio abandonado no Morro da Mangueira, na
Zona Norte. Ele teve um filho no local onde mora, em julho 2012. O bebê depois
foi levado para o hospital. A tia do bebê conta que a criança foi para a
incubadora porque nasceu prematuro.
Ele nasceu com seis meses e menos de 800
gramas e, segundo os médicos, tinha poucas chances de sobreviver e em agosto
daquele ano acabou morrendo no hospital. O corpo foi levado para o necrotério,
onde deveria ter ficado somente até a liberação dos documentos para o
sepultamento.
Como a mãe do bebê já havia
abandonado a criança, o hospital avisou ao Juizado da Infância e da Juventude,
como determina a lei nesses casos. Mais de um ano depois, em dezembro de 2013.
O Juizado procurou o hospital para confirmar as datas e encerrar o processo,
mas descobriu que o corpo do bebê ainda não havia sido enterrado.
A juíza determinou que o
Ministério Público investigasse. A promotora da juventude foi até o hospital
com dois peritos para saber o que tinha acontecido e descobriu os corpos de 40
bebês. Quinze bebês não tinham sequer identificação.
“A gente precisa entender porque
eles estão nessa situação. Se houve falha da família, houve falha do hospital.
Quando a criança é deixada no hospital e ela precisa ser sepultada, o hospital
solicita a intervenção do judiciário. É muito comum isso acontecer. Aí o
Juizado intervém para que o sepultamento seja feito”, explicou a promotora.
Fonte: G1