Os consumidores não têm do que
reclamar. Na guerra de preços travada entre os postos de combustíveis, são eles
os maiores ganhadores. O litro da gasolina já está sendo vendido abaixo de R$ 3
em estabelecimentos de Taguatinga.
Em um posto próximo à Feira dos Goianos, o
litro da gasolina é ofertado por R$ 2,99. Na entrada do Pistão Sul, é possível
encontrar o combustível por R$ 3 o litro. Se o cliente estiver no Setor de
Indústria e Abastecimento (SIA), pode abastecer por R$ 3,08. No Guará 1, o
litro do combustível está saindo por R$ 3,09.
Segundo os especialistas, demorou, mas os
postos estão repassando, quase que integralmente, as reduções de preços
promovidas pela Petrobras nas refinarias. Antes dessa guerra entre os postos,
os empresários embolsavam a diferença para engordar os lucros.
Um dos motivos que está levando os postos a
favorecerem os consumidores é o elevado volume de estoques de combustíveis.
Como a demanda está fraca, é melhor reduzir a margem de lucro do que ficar com
a mercadoria encalhada. É a lei de mercado.
Governo comemora
O consumo fraco decorre do
elevado nível de endividamento das famílias. No entender dos especialistas, as
famílias estão cortando tudo o que podem, e combustíveis não são prioridade. As
pessoas preferem manter os carros na garagem e utilizar transporte público. É
bem mais barato.
Quem também está comemorando a
queda dos preços dos combustíveis na bomba é o governo. Por uma razão simples:
isso ajuda muito no controle da inflação. A queda do preço da gasolina está
sendo tão forte, que a capital do país vem registrando deflação, ou seja, queda
média de todos os preços.
Pelas projeções médias do mercado, o Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho terá queda de 0,07%. As instituições
que mais acertam as pesquisas de preços do Banco Central, os Top Five, apostam
em retração de 0,16%. Pelos cálculos da Fundação Getulio Vargas (FGV), a
deflação em junho está em 0,24%.
Os especialistas recomendam,
porém, cuidado na hora de abastecer. Preços baixos demais podem significar
gasolina “batizada”. Portanto, pesquise bem o histórico dos postos, pois o
barato pode sair caro demais se os carros derem defeitos.
Por Hamilton Ferrari/Correio Braziliense
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